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quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
Receita da mulher ideal
Se, supostamente, um geneticista espanhol quisesse projetar em laboratório uma mulher ideal, com todos os atributos físicos que se possam imaginar atraentes em “una chica”, seria muito simples:
Bastaria, das duas, uma:
Pegar os genes de uma espanhola e adicionar:
- Melanina
- Uma pitada de pimenta
- Dendê, vatapá, caruru, saravá, run tun tun, Rá tá tá
- Óleo para as articulações
- Uma escapulida hipertrofia glútea
- Um tico de malícia
- Um pouco de molejo
E pronto!
Ou então...
Mais fácil...
Pega um avião e vai pro Brasil muchacho, que lá já tem pronta!
terça-feira, 13 de janeiro de 2009
Barcelona Club de Fútbol
Més que um club (mais que um clube, em catalão), é o slogan do Barcelona clube de futebol, e, efetivamente, ninguém pode negar que na realidade o seja, muito mais que um clube de futebol.
O Barcelona pode-se dar ao luxo de nunca ter tido estampado o nome de um patrocinador em seu uniforme principal (fora a marca do material esportivo), e, a partir de 2006, passou a levar, no espaço destinado a este fim por todos os clubes, o nome da UNICEF, para a qual, ao invés de receber dinheiro, direciona não menos que 1.5 milhão de euros por ano, contribuindo para o financiamento de projetos humanitários, incluindo o combate a AIDS na África. Além disso, a fundação Barcelona Futebol clube investe na luta contra as drogas, dentre outros projetos.
Historicamente o Barcelona é um clube de orientação esquerdista, apoiou o regime republicano e apóia até hoje a causa catalã, exaltando sua cultura e defendendo seu idioma e suas perspectivas autonômicas. Desperta, por tudo isso, a simpatia de espanhóis espalhados por toda a terra das touradas. Seu nome e suas tradições rompem as barreiras da geografia e cativam fãs no mundo inteiro.
Como não poderia deixar de ser, os seus dirigentes exploram essa imagem em interesses econômicos, fechando contratos cada vez mais gordos e ampliando seus horizontes. Em breve, haverá uma equipe barcelonista disputando o campeonato norte americano, certamente com o objetivo de cativar a terra do tio Sam, que ainda começa a descobrir a paixão pelo futebol.
O Barcelona tem hoje 2 dentre os 5 melhores jogadores do mundo (segundo a FIFA) em seu plantel que, por sua vez, é o mais valorizado do mundo (segundo pesquisas sobre economia e futebol). Com mais de 100 anos de história, um gigante patrimônio (incluindo o museu mais visitado da Espanha), mais sócios de 150 mil sócios (mais do que o número de vagas em seu estádio) e quase todos os títulos que um clube pode almejar dão a noção do tamanho do poder que possui esta instituição.
Pelo Camp Nou, passaram grandes gênios do futebol brasileiro, incluindo os três maiores nomes dos últimos anos, o quarteto mais que fantástico: Romário, Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho Gaucho, nomes a serem lembrados por toda a história do futebol. Mas não só gênios brasileiros passaram por aí, nomes como os de Stoichkov, Cruyff, Laudrup, Zubizarreta e, nada menos que, Diego Armando Maradona, compõe a imensa trajetória deste pedaço da história viva que os apreciadores do futebol têm o prazer de contemplar.
Se morasse na Espanha, certamente seria torcedor deste que, com certeza, é muito mais que um clube...
Se antes,
E acima de tudo...
não fosse torcedor do CRB
Claro!
Borracho!
No Brasil costuma-se dizer que um bêbado jamais admite que assim o está.
Imagino que seja porque um bom beberrão quando dá o primeiro gole da noite (ou do dia) começa uma batalha com o álcool para ver quem acaba primeiro. Se a cachaça ou ele, deitado em algum lugar, propulsando liquido biliar. A cada copo a mais, ambos ficam debilitados: o bebum pela ida da bebida e esta pela ida do bebum. A diferença é que a bebida se sabe pra onde vai, já o bebum...
Aquele que bebe sente um misto de ternura e ódio pela “márdita”, ao mesmo tempo que quer derrubá-la, quer sua companhia. Um apreciador da bebida nunca quer ficar sem ela, porém não há maior glória do que secar uma garrafa, ou várias caixas delas, beber tudo até que não se possa mais beber, ou por falta de sanidade ou de embriaguez.
Porém, neste misto de sentimentos, antes derrotá-la do que ser subjugado por ela. É muito melhor dizer que acabou com todas as bebidas da geladeira, do bar e da adega, do que dizer que acabou bêbado, dormindo na sarjeta de um lugar qualquer.
E é exatamente por isso, que nenhum bêbado, segundo diz o ditado, admite a sua bebedeira, pois fazê-lo seria admitir a derrota na batalha frente à sua companheira.
Desta forma, hoje posso dizer que encontrei um homem honrado. Que perde, mas admite a derrota assim como se vangloria de uma vitória quando a conquista. Pois assim é a vida, um dia se perde, no outro se ganha.
Estava eu na fila para comprar uma passagem para Valencia, quando um senhor apareceu, cambaleando, como um pseudo-dançarino que não rompeu a seqüência da noite anterior. Estava ele com seus óculos de arquiteto, cabelo de diretor de cinema, brinco de estilista, camisa de clubber, calça de DJ e bota de West Guy, totalmente moderno, no auge dos seus 40 e poucos anos. O tal figura me olhou nos olhos e disse uma única, profunda, sincera e inédita palavra: “Borracho!”.
Mal sabia ele que nem precisava dizer.
Em seus olhos estava a tristeza da derrota, mas a honra de um homem que perde, que leva uma rasteira, mas cai de pé (não necessariamente em seu sentido literal).
Se fosse no Brasil, pensei, a mesma cena seria protagonizada por um maltrapilho, cantando alguma canção de Reginaldo Rossi ou algo assim, dando entre uma palavra mal pronunciada e outra uma saborosa gargalhada, contando histórias fantásticas de que conhece fulano e beltrano, que já almoçou na casa do Roberto Carlos e jurando que o governador do estado é seu amigo intimo.
Estaria com sua amanhecida barba, seus cabelos semi dreadlocks, um olho aqui outro ali, e, eu seria capaz de apostar, uma camisa do flamengo. Estaria com tudo isso, menos alguns dentes, nove´s fora...
Nada de admitir a beberreira
Diria em alto e bom som para que todos ouvissem: “Tô bonzim, bonzim!”
Se por um lado os bêbados tupiniquins não admitem nunca que estão bêbados, não assumindo a honra de fazê-lo, por outro lado protagonizam a graça e o brilho de uma bebedeira.
Afinal, mesmo na derrota, somos brasileiros, e não desistimos nunca.
As nações e seus bichos
Olho para todos os lados e me pergunto onde estão aqueles raquíticos felinos que chegam perto das pessoas, balançando de um lado para o outro, como dançando um samba, com seu respectivo rabo fazendo o papel de uma batuta, regendo a orquestra da espontaneidade.
Os cachorros então, estes andam penteados, cheirosos, alguns vestidos (coitados, faz muito frio), andam de metrô, de trem e tudo o mais. Há salões de beleza por toda a parte para eles e, acreditem, até discotecas. Os cães daqui são chiques, modernos, porém monoglotas, percebi que não entendem português. Outro dia passei por um cão pela rua e o chamei como chamo os cachorros brasileiros e o rapaz nem me deu bola. Não sei se não entendia ou se era muito prepotente.
Faz falta por aqui aqueles cachorros maltratados, rabugentos, com cara de panaca que andam por ai, revirando latas e sempre de prontidão para uma avulsa sobra de comida. Outro dia arremessei um pedaço de carne a um cachorro, que saiu correndo achando que fosse qualquer coisa, menos algo de comer. Se fosse no Brasil antes mesmo de cair no chão a carne já estaria em digestão no seu estomago.
Assim como ao povo, não falta esperteza aos bichanos brasileiros, que falam, acima de tudo, a língua da necessidade.
O inevitável é a vida
É como o inevitável da alegria ser a tristeza
Do branco, o negro
Do Certo, o errado...
ou talvez não...
pois,
O inevitável da vida, na verdade,
são os opostos...
que se alimentam, mas não se excluem
O inevitável da morte é a vida
isto está claro,
Mas o inevitável da vida,
não é a morte
Pois a essência de tudo aquilo que existe,
nada mais é
do que existir...
Até mesmo a inexistência
Que só o é, porque existe,
pois se não existisse,
não seria inexistência
Seria qualquer outra coisa
Que não existe
A vida é inevitável
e o inevitável do inevitável
nada mais é
do que ser inevitável
e isto, viver, absolutamente
não se pode evitar
Receita de feliz ano novo
por isso, posto aqui um texto de Drummond sobre o ano novo...
Contemplem
e reflitam...
Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
Feliz ano novo
O que comemoramos, enfim, nos primeiros segundos de cada Janeiro?
Por que há contagem regressiva para que acabem todos os 31 de dezembro?
O que há de tão mal neste dia, que todos querem que se vá... Tanto que estouram champanhe em nome de sua ida?
O que intriga é que 364 dias mais tarde (atrasando no máximo mais um dia em anos bissextos) estará, de novo, presente, o famigerado 31/12 e novamente estaremos nós, vestidos de branco preparando as garrafas de champanhe.
Isto significa que começamos e terminamos cada ciclo de 365 dias com champanhe na mão, bebendo, e estourando, estourando e bebendo e vice, e versa, confundindo tudo num mesmo pandemônio, que convencionalmente se chama de ano!
O champanhe é o símbolo da felicidade, mas nem todos que o bebem estão felizes, alguns estão exatamente em busca disso. Porém o 01/01 adicionou ao champanhe o símbolo da renovação, da reconstrução... do alvorecer, do surgimento de novos tempos e novas esperanças...
Sempre me pareceu um tanto quanto sem sentido garrafas e garrafas de champanhe serem sacrificadas por causa de uma inconseqüente e inexplicada aversão a um reles dia especifico, parte de um conjunto formado por outros 364...
Mas, sabe-se lá quem quer que seja por que, esta transição possui um misterioso sentido de crescimento, pessoal e coletivo, recheado do espírito de novo.
E o novo é sempre bom,
Afinal comemoramos tudo que é novo
O carro novo, a casa nova e agora mais recentemente o nariz novo, a orelha nova...
E por aí vamos, sempre com novidades
E já que estamos na época,
Seja lá por quê, e para quê...
Feliz ano novo!
O teatro e o estádio
Dizem que o estádio de futebol é como um teatro.
E, realmente, estas edificações dialogam entre si. Apesar de suas funcionalidades serem completamente distintas, os entes que os configuram batem uma bola, apesar de muitos marcarem gol contra ao relacioná-los.
A FIFA, outras entidades e profissionais tendem a associar estes dois espaços, porém deve-se ter prudência ao fazê-lo, pois pouco a pouco me parece que o estádio vem ganhando cada vez mais características de teatro, o que diminui a dimensão do espetáculo futebolístico, que não admite, em sua essência, a passividade do espectador de uma peça teatral.
Embora, algumas peças, especialmente do teatro moderno, tenham uma perspectiva de interatividade com o público, esta é significativamente diferente da perspectiva que existe no caso do esporte.
A efusão de sensações provocada pela alucinada dinâmica das arquibancadas de um estádio de futebol e os espetáculos de canções e coreografias tendem a ter seus dias contados com a domesticação das torcidas através essencialmente da configuração espacial do estádio de futebol.
É a arquitetura e a arte, o pão e o circo...
No estádio
o palco é revestido por grama
a platéia não precisa
e nem deve
fazer silêncio durante o espetáculo
e os atores
os protagonistas
donos de um preparo físico invejável
e mestres da improvisação
jamais seguem qualquer roteiro
No estádio
não há encenação
e o resultado
é sempre um espetáculo inédito
cheio de surpresas
e irresistivelmente apaixonante
(não que Shakespeare não seja...)
Soneto ao futebol
Morre o tempo, desfaz o espaço, começa o jogo
a adrenalina jorra, dissipa e se renova
atordoado fico, preso à uma bola
pendendo do pranto ao gozo
A alegria desafia a derrota
sorri, e se espalha, no todo
que na parte se encontra, de novo
e esta paixão indefinível extrapola
Na disjunção louca dos ataques,
a tradição soma aos embates
a essência do esporte bretão
Jamais erro um chute aqui sentado
passo por todos os zagueiros e marco
o gol mais importante de toda a 4ª dimensão