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quinta-feira, 22 de maio de 2008

Ruskin, Le Duc e Brandi, sua aceitação (ou não) na contemporaneidade.


Para Brandi, o estético prevalece sobre o histórico/funcional, pois a condição artística é aquilo que diferencia a obra de arte dos outros produtos da ação humana. Le Duc defendia que existiam formas diversas de se associar harmonicamente forma e função, estrutura e ornamentação. Já Ruskin acreditava que nem forma nem função, o que havia de valoroso na arquitetura seria aquilo que ela carrega na sua essência, aquilo que ela tem de “infinito”.

Essa discussão relaciona as idéias desses grandes pensadores dentro de diálogos da contemporaneidade. Arquitetura: Forma ou função? A tese de Violet Le duc era a de que o restauro deveria proceder estabelecendo um estado completo à obra que na verdade poderia nunca ter existido. Essa postura despertou o repúdio de alguns críticos por ser considerada uma postura invasiva sobre o monumento, apesar disso foi um teórico muito importante e de reconhecido valor.

O conceito de “algo de outro”, defendido pelo filosofo alemão Martin Heidegger quando se refere a “não matéria” da obra de arte é defendido também por Cesare Brandi mesmo que de forma indireta. Ele acredita que o ato da restauração jamais atingirá a “alma” da obra e exatamente por isso deve agir sobre a matéria de forma que qualquer intervenção seja facilmente reconhecível diante do contexto original, sem os exageros da anastilose.

John Ruskin é o mais radical de todos esses teóricos. Ele diz que a poesia e a arquitetura são os grandes vencedores do esquecimento humano, e é na relação dessas duas artes que reside à essência da sua obra. A sua abordagem é carregada de uma poética admirável, no entanto pouco coerente.

A casa, para ele teria um caráter quase de santidade, pois permeava dentro dela a essência, a vida e história do homem que nela viveu, daí a idéia de que a arquitetura deveria ser conservada, mas nunca restaurada. A escora da laje devido a um pilar defeituoso funcionaria tal qual uma moleta apoiando um paciente machucado.

A incoerência citada no parágrafo anterior se refere ao fato de que o “não restauro” significa a aceitação da deteriorização do mobiliário urbano das nossas cidades em nome da contemplação e do respeito aos nossos antepassados, segundo Ruskin, mas isso significa também, por outro lado, não se posicionar diante da problemática urbana que enfrentamos com altos níveis de déficit habitacional e crescimento horizontal das cidades.

É, portanto, a teoria de Brandi a mais aceita hoje por estudiosos e profissionais ligados à atividade do restauro e interessados pelas questões da cidade, pois ela propõe uma ação intervencionista que respeita a história do monumento, a vida e obra dos que viveram nele, as características originais da edificação propondo um uso racional e adequado. Ele respeita o passado, é coerente com o presente e projeta o monumento saudavelmente para o futuro.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Por que o Orkut só permite que sejam escritos exatos 2048 caracteres por vez numa postagem, o que e com quem esse número tem relação?



3º parágrafo capitulo IV de um evangelho apócrifo de autoria desconhecida diz: “em verdade em verdade revelo-te que no 2º milênio depois do nascimento de cristo a criatura se rebelará contra o criador, e o homem sentirá em sua pele o golpe que ele, enquanto pecador, outrora aplicara”, o parágrafo VII diz: “e então o homem será transformado em servo, subjugado por um grão de mostarda” e finalmente no XLVII parágrafo: “se passarão 48 anos e mais dois mil, para que uma nova luz brilhe no céu escuro, mas em verdade vos digo: esta não trará uma mensagem de paz”.

Estas palavras foram analisadas por profetas seguidores de Nostradamus e foram interpretadas como um aviso diante do perigo que uma cria do homem se rebelaria contra ele e o tornaria seu escravo.

Associando esta idéia com uma corrente de pensamentos do mundo globalizado, cético e imerso no desenvolvimento tecnológico, um grupo de cientistas sociais, pensadores e antropólogos mais extremistas chamados de 3M ("three M", que seria uma ironia a WWW - "world wide web" - "a internet de cabeça pra baixo", "o outro lado da tecnologia") publicou um livro chamado "3M - the trindade that doesn´t saint", onde eles exploravam esse evangelho apócrifo elaborando uma série de profecias estruturadas sobre a maior delas: a de que no ano de 2048 a inteligência artificial subjugaria o homem que passaria a utilizá-lo como fonte de energia.

A vida do homem seria sacrificada em nome da sobrevivência das máquinas.

Baseado nesta teoria os irmãos Larry e Andy Wachowski criaram o mega sucesso de bilheterias "Matrix" em forma de Trilogia, fazendo varias referências a questões abordadas na bíblia.

Um dos componentes do "3M", o Iraniano Joel Buyukkokten foi morar clandestinamente nos EUA depois da 1º guerra mundial onde teve filhos e netos, um dos quais, se tornou muito famoso na contemporaneidade. Um sujeito chamado Orkut Buyukkokten, que conhecedor da história da sua família, mas descrente em relação a ela, deixou como uma mensagem oculta a limitação de caracteres como uma forma de aludir ao ano em que homem passará a ser escravo da sua cria, das máquinas e deixará de poder fazer, ir e dizer o que quiser!

Por que o Leão é o Rei da selva?


A existència da suposta Arca de Noé remete a um antigo mito da civilização mesopotâmica que diz que antes do homem surgir no mundo existiu uma gigantesca caverna chamada Noebilic. Esta teria servido para preservar alguns animais de um grande meteoro que caiu na terra há 65 milhões de anos e que gerou além de um impacto maior do que todas as bombas nucleares juntas, um grande maremoto que devastou grande parte do planeta (dilúvio = muita água). Tal meteoro teria provocado a extinção dos dinossauros.

A caverna Noebilic possuiria, conforme a crença Celta, um espírito que teria selecionado algumas espécies de animais (em casais) como os crocodilos, tartarugas e mamíferos para dar início a nova fase do universo com o fim do período cretáceo.
Uma das espécies teria que ser eleita líder, para assumir o trono deixado pelos dinossauros.
Além disso, a raça vencedora teria o direito abrigar na Neobilic não apenas um casal, mas três.
Foi realizado então um grande concurso de habilidades, o vencedor seria o tal líder, o Rei. Mamíferos semelhantes aos Simios se destacaram em todas as provas e já eram praticamente os vencedores do concurso. No entanto eles defendiam uma nova organização do mundo através de células que teriam funções especificas dentro do conjunto e repudiavam a criação de qualquer sistema hierárquico pregando uma sociedade igualitária.
Dessa forma boicotaram a ultima prova: a de batalha corporal entre os animais para medir a força. Um mamífero ancestral do Leão sagrou-se vencedor da ultima prova e foi nomeado desde então o Rei do que viria a ser o maior ecossistema do mundo: a floresta.
Ignorados, os Simios foram aprisionados e satirizados pelos outros (como aqueles que saíram da caverna no mito platônico). O casal levado para Neobilic seguiu seu rumo e veio a repovoar a terra com a sua raça.
No entanto há rumores que um casal de primatas, dentre aqueles que foram largados ao dilúvio, sobreviveu e inconformado por ter sido deixado para trás pensou que se sua raça tivesse lutado e conquistado a ultima prova seria então a líder e talvez não tivessem sido obrigados a passar por tantos tormentos durante os efeitos do meteoro.
Seduzidos pelos sabores do poder, supõe-se que descendentes deste casal tenham evoluído a uma outra espécie de animal:


O Homem

terça-feira, 20 de maio de 2008

CRB x São Caetano (18/05/08 - 16:00hs - Estádio Rei Pelé-AL)


O CRB começou o campeonato pior do que no ano passado, já que este ano foi derrotado fora de casa pelo Corinthians-SP enquanto no ano passado saíra vencedor também de São Paulo passando sobre o Santo André.

Por outro lado, começou melhor em casa. COMEMOREMOS!!!!

Comemoremos nada!!

Mais uma vez o clube alagoano fez valer aquele velho ditado de boleiro: “jogou como nunca, perdeu como sempre”.

É bem verdade que não perdeu, mas também não ganhou

É bem verdade que mereceu ganhar, mas não ganhou

É também verdade que jogou contra um dos melhores times da série “b”, senão de todo o Brasil, o São Caetano, que conta com grandes jogadores, mas, enfim, não ganhou.

Não ganhou, e já que não ganhou nada importa.

O sábado que seria perfeito passou a ser só mais um

A reunião com os amigos foi cancelada

Até a festa que aconteceria depois nem varou a madrugada...

A vitória, meus caros, agora percebo, é aquilo que dá sentido aos sábados

Sem ela todos eles ficam iguais

Com uma insuportável e melancólica cara de domingo!

Corinthians x CRB (11/05/08 - 16:00hs - Estádio Pacaembu-SP)



Certamente a estréia do CRB no campeonato brasileiro deste ano foi uma idealização divina.

Senão dos deuses do futebol, pelo menos de algum santo, anjo ou quem sabe do pólo oposto...

Digo e de pronto apresento as justificativas para tal afirmação.

Ora, dentre as 19 possibilidades diferentes de estréia e, se for levado em consideração os jogos ida e volta este número aumenta para 38, o time que todos os anos começa sendo considerado pela mídia e pelas outras torcidas como grande candidato ao rebaixamento acerta, como numa Sena, a pior de todas elas: estrear contra um dos maiores clubes do Brasil com uma das maiores torcidas, com um plantel montado e empolgado pela volta à série “A” na sua própria casa, no místico Pacaembu.

Tamanha falta de sorte só pode ser atribuída à providência divina, afinal acreditar em quem? na matemática?

Além disto apresento dois agravantes: Primeiro, desta vez a torcida alvi-rubra parece compartilhar com a opinião alheia de que somos sim candidatos ao rebaixamento, visto que começamos o campeonato com o mesmo time que não conseguiu sucesso algum num campeonato de muito menor nível: o alagoano, Segundo, a mídia, os corintianos, o clube dos 13, o clube da esquina e todos os outros clubes, e todas as outras coisas, menos as torcidas rivais e olhe lá, pressionam para que o Corinthians volte à primeira divisão.

O cenário, de um time em formação e pequeno contra um time gigante e pronto projeta goleadas homéricas no imaginário só esperando o "play" dos torcedores

Porém, antes do "play", o "stop"

O clube de alagoas foi à capital econômica do Brasil e se comportou como os outros alagoanos ao longo da história fizeram: trabalhando com honra e exigindo respeito. Fizéramos nós da casa deles a nossa casa, jogamos de igual para igual surpreendendo até a nós mesmos.

Se fosse um filme, Jr. Amorim seria um daqueles alagoanos estereotipados com faca peixeira na cintura e tudo. O baixinho chegou na casa corintiana sentando na melhor poltrona, abrindo a geladeira e ainda riscou a faca no chão pra botar moral.

A profecia anunciada se mostrou como previsões de chuvas que nunca chegam. O galo abriu o placar e jogou como um clube digno de estar entre os 40 melhores do Brasil.

Ao final, perdemos, mas quem não perderia diante de uma determinação divina?

Que é indiscutível

mas, reflitamos, por que alguma santidade perderia seu tempo para pregar uma peça em um clube de participações discretas no brasileirão?

Difícil responder

Mas é fácil imaginar por que esta mesma figura providenciaria uma suposta presa fácil às pretensões mosqueteiras

No entanto, a espada, meus amigos, quase sai pela bainha

A caça, por pouco não se fez caçador

Mas enfim, agora sabe-se

O tal do santo

Era São Jorge

Que com Dragão e tudo, venha armado para o jogo de volta

E segure a “pêxêra”.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

De onde veio o ditado popular "ganancioso como um porco"?


Como é sabido, ganância de acordo com o cristianismo é o pecado capital da avareza.

Os pecados capitais surgiram a partir de uma espécie de lista de vícios humanos que eram sujeitos à condenação, aqueles que só seriam perdoados mediante o sacramento da confissão. Esta lista não está presente na bíblia. Ela foi elaborada por grandes representantes religiosos inclusive por S. Tomás de Aquino.

Cada um dos sete pecados possui um correspondente demônio. No caso da Avareza o dito cujo é o Mammon. Este seria o responsável por trazer o apocalipse para a Terra. Nada surpreendente para o filho do maior de todos os demônios.

Mammon, a avareza em pessoa era um demônio com corpo de homem e cabeça de porco.

Até o século XVIII era comum a igreja espalhar pela cidade fotos de pessoas que tinham popularmente cometido o pecado da avareza. Estas fotos eram acompanhadas da frase:
“Ganancioso como Mammon” e de uma pequena ilustração do Deus avarento.

A imagem da cabeça de porco, no entanto, chocava mais do que a própria frase, até porque nem todas as pessoas conheciam a figura de Mammon, outros tampouco conseguiam ler o que estava escrito, muito embora soubessem o motivo da publicação da foto do pecador em questão.

“Ganancioso como Mammon” não chegou se tornar um termo popular na sociedade, pois a imagem do porco sobressaiu-se na mensagem transmitida pela igreja dando origem ao ditado:
“Ganancioso como um porco”, que fazia referência a todos aqueles se entregavam ao vício humano da avareza.

Viajaaaar


Quem faria sexo unicamente pelo orgasmo?

O que seria do ápice sem aquilo que o faz existir?

Imagine se o orgasmo fosse obtido apertando um botão, que graça teria?

Sexo é sedução, é olhar, é flerte, pele, toque, charme, espera, ataque, abraço, roupas, não-roupas, cheiro, toque, pele, quero, não, agora, depois, aqui, agora

Sexo é antes, é depois, e como bônus, tem o meio

O que chamam de ápice

Depois do sexo tem o toque, o cheiro, a pele, o cafuné, o cabelo, o café, o papo, o lençol, o banho, o toque, o cheiro, o sorriso, as mãos, o até logo, o boa-noite, o bom-dia, o até nunca mais.

Depois...

Do ápice

Sexo é antes, e é depois

E é, depois, o ápice

Assim é viajar

É arrumar as malas, é se atrasar, é ter medo de não dar tempo, é quase não dar tempo, sentar, quase deitar, dormir, conversar, uma viola, um som, uma nova amizade, o cheiro de onde nunca se foi, a imagem que nunca se viu, o som que nunca se ouviu, as pessoas que nunca conheceu, a paisagem, o movimento, o cheiro, o som, o gosto

Viajar é o caminho

A volta é um recomeço

E no meio...

Aquilo que costumam chamar de viagem.

Sou verde


Sou verde...

me movo, sacolejo, corro, esperneio mas permaneço verde

choro, rio, conto piadas, mango de alguém e quando penso que não...

ainda me vejo verde

no espelho

na minha imagem refletida no rio

quando olho pros meus braços

é tudo verde

eu leio, releio, deito a cabeça, viro de bruços, fico de lado mas não adianta

parece uma sina

eu continuo verde

verde demais!

já fui à igreja, ao culto, à reunião, à varias palestras

já comi ostia, já tomei passe, já conversei com Cumpádi Zézin filho de Anita Iaiá

mas não consegui entender

e... adivinhe...

continuo verde

já me pintei de amarelo com um balde de tinta, de branco com cal, de preto com graxa e até de vermelho com coloral

mas...

jamais deixei de ser verde

já falei com o fazendeiro, o pedreiro, o despachante, o budista, o carroceiro, o frentista e o encanador

de novo ninguém me explicou

e...

ainda...

verde

me aperriei fui procurar nos livros

lá tava escrito: “o verde é a cor da esperança”

fiquei feliz

se o verde é a cor da esperança eu posso ter... esperança... de um dia deixar de ser

Verde.

Todos os sonhos


Não posso prender
meus próprios
pálidos
pesadelos
Em minha mente puntiforme
E dessa forma desperto no escuro
os interesses mesquinhos
que se escondem atrás do muro
é pena...
Se pensássemos que mais vale
deixar se levar pelas ondas do mar
e respirar o arfar da brisa neste templo
ao luar
Nós finalmente juntos poderíamos
Subir...
e cantar...
Sorrir...
e contar...
estrelas no céu
que recobrem o véu
dos deuses
no ar
E assim...
Encontrar...
Sentir...
E enxergar...
os deuses risonhos
Tendo todos os sonhos
Que podemos sonhar...

13 de Julho

Texto escrito em 2006 (13 de Julho é meu aniversário)

Treze do azar
ou da sorte
da sexta-feira
ou da quarta
da bonificação salarial criada por Vargas
ou da decapitação impiedosa de Jason
Julho, de Júlio
Júlio, de Julius
Julius, de Caius... Julius... Caesar
e de Caesar...
todos os outros Júlios



13 de Julho é o dia mundial do Rock devido a um grande show organizado simultaneamente pela Inglaterra e os EUA em prol da arrecadação de fundos para campanhas contra a fome na Etiópia no ano de 1985.
Dia em que o grande imperador Júlio César nasceu, (há 2106 anos atrás) aquele que dividiu o ano em 365 dias, deu nome ao mês de Julho, lançou a sorte nas suas conquistas e foi, viu e venceu o esquecimento de sua árvore genealógica
Dia em que o Brasil ganhou maravilhosa e indiscutivelmente da Suécia
na esplendorosa campanha da copa do mundo de 1994 com um gol do baixinho Romário (seleção esta que honrou o manto sagrado amarelo e não jogou da forma medíocre que presenciamos, infelizmente, este ano)
Dia do Saneamento
Dia dos Compositores
outros dias são também esse dia
tão especial na minha vida e que sempre vai fazer parte dela...

Saudade


Saudade é se flagrar sorrindo sozinho com o olhar perdido no horizonte lembrando de um breve toque de mãos

É derramar uma lágrima ao sentir o cheiro do perfume numa carta de alguém que já se foi

Saudade é perder a noção do tempo olhando fotos de infância e lembrar de épocas que não voltam mais

É viajar milhares de quilômetros por um abraço e um beijo carinhoso no rosto.

Saudade é fechar os olhos e sorrir lembrando de cada detalhe.

É sentir-se sozinho mesmo no meio de uma multidão.

Saudade é conversar com o espelho, ou com a televisão desligada, é ouvir e ser ouvido mesmo estando sozinho na sala de um apartamento vazio

Saudade é sentir um intenso vazio.

E ao mesmo tempo sentir que tudo faz sentido e que se está absolutamente completo

Saudade é acordar beijando o travesseiro

É rolar na cama sem conseguir dormir

É dançar sozinho ao som de um vinil e sentir ser tocado.

Saudade é não saber o que fazer

É saber exatamente o que fazer

É correr debaixo de chuva sem saber pra onde

Sem querer saber pra onde

Sentindo a água escorrer pelo rosto e esperar um abraço que jamais acontecerá

Saudade é conviver com antíteses

Com o branco

E o preto

Com a felicidade

E a tristeza

Com o riso

E o choro

Saudade é amar

É simplesmente viver

São Paulo



Me disseram que o mundo era dividido em vários países

Subdivididos em estados e cidades

Cada um com sua própria identidade e cultura

Me disseram que o mundo era gigante

E que o Brasil era só um pedacinho dele

Hoje eu sei que tudo isso é mentira

Porque o Brasil é maior que o mundo

Já que o mundo está todo aqui dentro

Desta cidade

Chamada

São Paulo

Todas as coisas são infinitas


“Que não seja eterno, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure.”

Assim falou Vinicius de Moraes no soneto do amor total. Ele se referia ao amor, o sentimento que deu vida a muitos poetas, o maior de todos os sentimentos.

A afirmação parece ser paradoxal, quando diz: “que seja infinito enquanto dure”.

Mas, talvez nem tanto.

Ora, os conceitos de infinito e de durabilidade são à primeira vista completamente opostos. O primeiro não reconhece limites, o segundo é em sua essência um limite.

Ou não?

Pensemos na dor. O que é a dor?

Segundo Aurélio, dor é uma “sensação desagradável, variável em intensidade e em extensão de localização, produzida pela estimulação de terminações nervosas especiais”.

Essa é a definição técnica para o conceito de “dor”, mas vamos à pratica.

Como você está agora? Bem? Mal? Está doente? Sadio? Sente alguma dor?

Peço perdão pela falácia, mas essa pergunta não tem a menor importância. O que na verdade importa é que se trata de conceitos opostos, ou seja, não se pode estar são e doente ao mesmo tempo, não se pode sentir dor e não sentir dor ao mesmo tempo, ou se sente, ou não se sente e pronto.

Mas, enfim, qual a linha-limite entre uma enxaqueca e um estado físico plenamente são?

Quero dizer, você espera por uma determinada festa de aniversário durante várias semanas, quando enfim chega a data tão esperada, você está com uma fortíssima dor de cabeça e mal consegue se levantar da cama. Você deseja muito ficar bom até a hora da festa. Você sabe que essa dor é passageira, sabe que mesmo que ela não permita que você vá a tal festa, que amanhã acordará bem melhor (obviamente isso não serve de consolo).

A questão é: entre a dor e a “não dor” só existem vãos conceitos. Quando se está doente, não se pode de forma alguma experimentar a sensação de se estar são. Você já esteve inúmeras vezes sadio, na verdade o seu estado físico normal é de saúde plena. No entanto nos momentos em que se está doente, nada pode fazer resgatar a sensação de experimentar uma saúde plena e a “não dor”, exceto o tempo.

Visto que não de pode demarcar uma linha especifica entre esses dois estados, talvez possamos concluir que as sensações de dor e de “não dor” são infinitas...

Mas somente enquanto duram.

Voltemos aos conceitos iniciais. Duração, para o Aurélio quer dizer: “o tempo que uma coisa dura”. Só que o mesmo Aurélio mostra também uma concepção filosófica do termo, pelo filósofo francês Henry Bérgson. Ela diz: Duração é “a sucessão das mudanças qualitativas dos nossos estados de consciência, que se fundem sem contornos precisos e sem possibilidades de medição”.

Sem contornos precisos.

Sem possibilidade de medição.

Esse processo, e essa é a grande questão, se adéqua a qualquer linha de pensamento que você quiser adotar.

Absolutamente TUDO é infinito enquanto dura.

Os próprios estados de “vida” e de “não-vida”, “vida” e “morte” só podem ser experimentados segundo esses mesmos preceitos.

Experimentamos a vida, de uma forma infinita.

Somos vivos, e assim o somos infinitamente.

Infinitamente...

Mas somente enquanto duramos.

Pátria...

Pátria, que nada
Nada, e não chega
Chega, e acaba
Morre, e não cheira
Fede, desmaia
Fogo, incendeia
Cheque, ameaça
Mata, e enterra
Late, e morde
Arma, a cilada
Consome, a derradeira
Alma
Que nada
Em alto mar
E morre
Melancolicamente
Na beira

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Quem surgiu primeiro? o ovo ou a galinha?


Bom, essa pergunta é muito complexa. Tão complexa quanto qualquer pergunta sobre a origem do universo, ou sobre a existência ou não de Deus.

Para Platão existiam dois domínios distintos no universo: o mundo das idéias e o mundo dos sentidos. O mundo das idéias seria o mundo, digamos, “real” e o mundo dos sentidos seria uma espécie de projeção do primeiro.

Para o filósofo, existia no mundo dos sentidos a imagem de todos os elementos que conhecemos (e que não conhecemos também) como objetos sobre prateleiras. Neste domínio se revelaria a substância dessas imagens.

A imagem seria o caráter geral do elemento, por exemplo aquilo que entendemos por ser uma galinha (ser bípede, ter bico, pôr ovos e fazer cocoricó), a substancia seria o particular que existe entre as galinhas (ser amarela com pinta preta debaixo da asa etc).

De acordo com a teoria de Platão antes de conhecermos a galinha, a sua imagem ja existia no mundo das idéias, portanto a galinha seria a origem e não o ovo.
Aristóteles contestou essa idéia. O evolucionismo também. Filosoficamente acredita-se que nada surge do nada e e nada pode dar origem a nada, ou seja, alguma coisa (a galinha) tem que surgir de alguma outra coisa ( o ovo).
Ai você pode perguntar e o ovo? veio de onde?
Bem, é mais facil acreditar que um ovo (no início da evolução menor do que os que vemos hoje) tenha surgido de uma união de microorganismos do que uma galinha pronta com bico, pés e asinhas fazenzo cocoricó nao?

De onde veio o termo Pé Rapado?


Na Europa setentrional do século XVIII, no auge do iluminismo uma espécie de ritual foi resgatado pelos burgueses (ritual esse que é originário dos tempos mais remotos aquém do periodo paleolítico).

O ritual consistia em uma série de provações e sacrificios oferecidos a deuses em nome de uma determinada graça conseguida.

Para o iluminismo o homem era um ser extraordinariamente especial e sua inteligência uma legitima representante da grandiosidade do universo que tem como simbolo mór a luz!

A luz sempre foi associada a coisas grandiosas, a espiritualidade e ao sublime.Os novos ricos iluministas, aqueles que enriqueceram com o desenvolvimento tecnológico e com a revolução industrial aderiram a esse ritual que consistia em passar sobre 17 metros de brasa com os pés descalsos de 2 em 2 dias durante um mês inteiro, consequentemente, após um certo tempo, o novo rico (que era visto de forma pejorativa principalmente pelos nobres tradicionais) estaria já acostumado com a brasa e criaria uma espécie de crosta na sola dos pés como uma resposta protetora do sistema imunológico(esse processo completo demoraria alguns anos ou até mesmo toda uma geração).

Daí, quando alguém se canditava a casar com uma filha de nobre, os seus pais obrigavam o candidato a passar pelo caminho de 17 metros de brasa, caso o individuo passasse sem reclamar ele já estaria (no minimo) acostumado com o ritual o que significaria que ele já detem posses a algum tempo e talvez já não seja mais a primeira geracao do novo rico e seja fruto de uma árvore genelógica (pelo menos inicialmente) nobre.

Se ele não conseguisse suportar a provação, nao teria ainda a tal crosta e seria um “novo rico” ou, como os gregos falavam “footis lisus” ou, brasileiramente, “pé liso, ou rapado”.

Ou seja um ser desprezivel sem posses e sem tradição!

Um "pé rapado".

Controle Remoto… o por quê desse nome?



Os homens das cavernas ao fim de um dia de caça, como muita gente sabe, faziam pinturas nas paredes de formas de animais que eles caçariam durante o dia seguinte e ficavam observando a fogueira - isso porque o cérebro necessita de um tempo durante o dia para organizar todas as informações que recebeu.

Eles acreditavam que essa espécie de ritual lhes conferia o controle da alma do bicho e consequentemente facilitaria a caçada. Foi atribuido à essa crença o nome de “comandus remotus” que significaria um controle à distancia da alma dos animais, posteriormente ela seria chamada de “Animismo”.

Acontece que a televisão hoje é a nossa “fogueira moderna”. é na frente dela que o homem organiza as informações que recebeu durante o dia de trabalho. Com o advento do controle remoto as indústrias eletronicas resolveram dar esse nome ao aparelho. Bela sacada!

Por que os pijamas tem bolsos?

Os pijamas surgiram no Egito antigo, obviamente diferentes de como são hoje, no entanto somente os Faraós usavam.

Os egípcios acreditavam na vida após a morte, por isso mumificavam os cadáveres dos faraós e os colocavam em pirâmides. Eles acreditavam que o corpo tinha que ser preservado para a vida seguinte.

O Deus Osiris no tribunal do julgamento é que determinava o destino dos mortos de acordo com o peso do coração. se este fosse leve significaria uma pós vida-boa, do contrario, uma vida de escuridão.

No ato da mumificação o coração era retirado e colocado em um objeto chamado escaravelho para a futura pesagem, ou seja, simbolicamente o escaravelho conduziria o coração do faraó durante o julgamento.

Nada mais justo que o coração conduzisse o escaravelho durante a vida num pacto de vida, morte e pós vida.

O pijama que era chamado de “Pih Jahma” (em egipcio “morte diária”), tinha um bolso no lado esquerdo da parte superior da roupa para guardar o escaravelho na hora da “morte diaria”.

Nao só o costume persistiu até hoje, há quem ainda acredite na vida pós-morte, mas a ausência do escaravelho deixou a modernidade com essa pergunta debaixo do travesseiro.

Por que se estamos felizes, bebemos para comemorar, e se estamos tristes, bebemos para esquecer e chorar?

Quando queremos comemorar chamamos os amigos, a familia e nos reunimos num evento social.

As pessoas se reúnem em torno de uma mesa, conversam e bebem.
Bebem porque a bebida é um elemento social, Bebem porque a bebida causa euforia e reduz o limiar de excitabilidade provocando aquele velho coro de: discurso! discurso, e consequentemente aquela pagação de mico com uma subida à mesa e um discurso com palavras trepassadas.

Por outro lado, quando estamos tristes geralmente queremos ficar sós, no máximo com um amigo ou um parente. Choramos, temos crises existenciais, às vezes cortamos os cabelos mas inevitavelmente…
bebemos…
não num evento social porque queremos que o social vá pro inferno. Não chamamos os amigos porque se eles fossem realmente nossos amigos estariam do nosso lado agora e os nossos familiares… estes diriam: "Eu avisei! você nunca me escuta!"

Bebemos, mas bebemos muuuuito, não bebemos cerveja, bebemos cachaça, pitú, vodka com sapupara, whisky (se for um triste metido), Martini ou álcool de posto se for um maniaco potencialmente suicida.

Bebemos muito para ficarmos bebões, falarmos um monte de merda, xingarmos o povo na rua, vomitar até a bile e deitar em algum lugar coberto mesmo que seja a porta de uma igreja e acordarmos no dia seguinte com os fiéis chegando para a missa e dizendo: "bebado safado!"
Bebemos para escrachar, pra dizer: "eu tô bêbo e eu digo que sô é caba hômi!”.

Se quando comemoramos bebemos para dizer a todo mundo que nós os amamos, quando estamos tristes bebemos pra dizer pro mundo que pare de sorrir pq estamos tristes, para vivenciar a pimenta nos nossos olhos e para afogar numa poça de vômito todas as nossas mágoas.

Por que só se abre a maçaneta do Uno Mille usando o Polegar?

A maçaneta do Uno foi criada por engenheiros britânicos que se inspiraram nas maçanetas de apoio para abrir cofres no auge da revolução industrial.Os ricos temiam a ação de ladrões vitimas da opressão do sistema de injustiças sociais então vigente (escalas de trabalho absurdas e salários baixos).
Com esse pensamento, os ricos desenvolveram um sistema em que as maçanetas eram feitas de forma que só fosse possivel abri-las com o apoio do dedão, logicamente havia o sistema de códigos, mas se caso algum larápio descobrisse a senha ainda teria que abrir a maçaneta.

Isto porque com o advento das máquinas na produção industrial e com a não utilizacão de equipamentos de proteção individual (EPI’s) muitos acidentes aconteciam e muitos trabalhadores tinham partes do corpo amputadas, às vezes membros inteiros, mas estatisticamente os polegares eram as maiores vítimas de amputação. Surgiu inclusive uma marchinha carnavalesca numa colônia britânica no sul do paraná que dizia: “quem não tem dedão não abre cofre nãaaao”

Pois bem…

Os engenheiros britânicos desenvolveram esta maçaneta para o Uno numa atitude depreciativa e preconceituosa em relação ao carro e aos seus usuários já que ele foi desenvolvido devido a uma exigência da FIAT de popularizar os veiculos auto-motores, o que ia de encontro ao pensamento burguês.

Até hoje os usuários do Uno ainda são satirizados pela burguesia do século XVIII.

Por isso prefiro ter um fusca!

Por que os ônibus muitas vezes passam do ponto parando à uma distância considerável? Só para termos que correr?


É sim para que agente corra…


Mas não pense que é maldade dos motoristas ou das empresas de ônibus, pelo contrário. Trata-se de uma determinação do Ministério da saúde que na tentativa de diminuir os efeitos negativos da obesidade, dos problemas cardio-vasculares e da falta de exercícios fisicos de uma forma geral lançou mão dessa proposta como estratégia de governo.

O objetivo é fazer com que as pessoas caminhem mais e corram em pequenas doses para que mesmo os mais ociosos sejam obrigados a se exercitarem e gozarem de um melhor estado fisico.

É por isso também que as calçadas são irregulares, que os degraus dos ônibus são tão altos e que sempre param um tanto quanto afastados das plataformas pra você ter que dar um pulinho.

Por que dizemos "eu te amo do fundo do meu coração" e de onde surgiu o desenho simbólico do coração?


Penso que essa analogia foi criada devido à aceleração dos batimentos cardíacos quando se esta apaixonado. Sabe o momento em que dois apaixonados se encontram? As reações químicas acontecem devido à ação do cérebro, mas quem as sente fisicamente é o coração com a aceleração dos movimentos e com a frenética entrada e saída de sangue.


Vai o sangue arterial, vem o sangue venoso, sua respiração fica ofegante, as palmas das mãos ficam suadas, a artéria aorta pulsa como uma caixa de som no mais alto volume e toda a sua caixa torácica é dominada por uma sensação mista entre uma dor e um êxtase.


Em toda a história da humanidade, o gesto de bater com a mão no peito esquerdo (principalmente com os punhos cerrados para indicar força/profundidade) sempre representou empatia, fraternidade ou paixão/amor. Os macacos já faziam isso.


Com relação ao desenho do coração… Ele é uma estilização da forma real. Uma estilização comunicativa e singela, mostrando os aspectos mais bonitos do coração: a pureza (no desenho simples e simétrico)a leveza (isso remete aos escaravelhos egípcios), representado no traço limpo e no equilíbrio da forma)e a paixão (traduzida no vermelho-sangue que tem uma relação psicológica com tal sentimento)

Qual a origem da expressão "perdeu o fio da meada"?

A expressão “fio da meada” surgiu na revolução industrial quando começou a serem usadas máquinas para fazer tecidos com a manipulação da mão humana. Essas máquinas tinham um suporte para o rolo de fios (meada). A responsabilidade do operário era a de pegar a ponta do fio (o fio da meada) e colocar na posição que a máquina começava a puxar o rolo e fabricar o tecido. Tal função exigia concentração porque o orifício que a maquina usava para puxar o fio era bastante pequeno. Acontece que os rolos passavam um a um a uma velocidade considerável e às vezes o operário perdia o “fio da meada” por falta de concentração, cansaço (devido às exaustivas jornadas de trabalho) ou por ficar fazendo mexericos da vida alheia com seus companheiros de trabalho.Tanto que os dicionários associam a palavra “meada” tanto a “fios” quanto a “mexericos”.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Expansão e retorno


Pois é, o mundo se retrai, o mundo se expande, mas ninguém percebe.
Você já percebeu a terra girando? Quem te ensinou a contar? Ou que uma semana tem 7 dias?
Tomé duvidara da volta de cristo até presenciar suas chagas...
Jesus teria dito: “bendito são aqueles que acreditam sem ver”
Outra frase bíblica diz que o homem do pó veio e ao pó voltará.
Correntes filosóficas acreditam que o universo se expande e se retrai de tempos em tempos, assim como o pulmão humano que faz o mesmo movimento no ato da inspiração e expiração sequentemente.

Ora, se o homem não veio do barro e a mulher da sua costela, quer dizer que de alguma coisa ele surgiu e provavelmente foi do macaco.

A ciência acredita que o homem é a evolução de outra espécie, de um ancestral comum ao dos macacos.

O mundo se expande e se retrai, o pulmão faz o mesmo movimento, a literatura, a história, a arte. Um movimento nega o seu antecessor, e assim o curso da nossa evolução prossegue, negando, afirmando, num movimento cíclico ou seguindo o padrão de uma onda senoidal.

O homem do macaco surgiu e a tal condição voltará.

Como num movimento de respiração.

Como num movimento universal.

O homem só

O homem só, não tem história
O homem só, não tem filhos
Não tem amigos
Nem esperança
O homem só, não se relaciona com alguém
Não sente o cheiro do barro molhado pela chuva
O homem só, não sobe escadas
Nem sente medo de fantasmas
O homem só, não diz eu te amo
Eu te quero
Ou eu te odeio
Na verdade o homem só não diz qualquer coisa
Diz nada
Não diz nada
Ele não diz
Não escuta
Não esconde qualquer coisa
Não mente
Não se ilude
Não se importa com pequenas coisas
Não se abala diante de problemas
Ele nem tem problemas
O homem só nunca se compromete com alguma coisa
Ele não é pontual
Ele não vai a lugar algum
E, não obstante, não permanece em lugar algum
O homem só não é humano
O homem só não é homem
O homem só não é
Pelo simples fato de não ser
O homem só não pensa[1]
Logo
Não existe



[1] ou seria um eixo de rotação?


Macaco Vinciano


Vitruvius foi um grande arquiteto e engenheiro que viveu no século I A.C, ele criou um sistema de proporções baseado nas medidas do corpo humano. Alguns séculos depois, Leonardo Da Vinci representou graficamente o “homem vitruviano” que seria uma análise das proporções humanas em harmonia com formas geometricamente perfeitas: o círculo e o quadrado.

O humanismo pós medieval enxergava o homem como um figura grandiosa que seria dentre outros fatores dono de proporções corporais em correspondência com a natureza. Só que o homem vitruviano insere a imagem do homem em figuras geometricamente perfeitas que são criações do próprio homem e que não possuem correspondentes na natureza.

Na natureza, há sim, figuras ovóides, achatadas, retangulares e elipses. Veja a forma de um seixo, uma grande rocha, o nosso planeta ou o seu movimento em torno do sol: uma elipse.

Se, entretanto, Leonardo da Vinci tivesse feito a imagem de um Macaco ao invés de um homem em harmonia com formas supostamente naturais, talvez hoje conhecêssemos o “Macaco Vinciano” que estaria muito mais em harmonia com a natureza visto que seu corpo com as pernas mais curtas e os braços mais compridos estaria inserido em uma elipse e em um retângulo, formas bem mais fáceis de serem encontradas no mundo natural.

A própria forma do macaco é muito mais “natural” do que a forma humana.

O círculo, amigo, é uma paródia humana das elipses do universo.

Eu quero ser um Macaco!

João e o cérebro (trecho do livro: "O cérebro: um guia para o usuário" de John J. Ratey, Ed. Objetiva

João está caminhando numa avenida de uma cidade muito movimentada e segue as orientações que lhe foram dadas para chegar a um apartamento que nunca visitou. A rua é barulhenta e escura. João ouve um estrondo às suas costas.

Como o corpo de João reage?

Sinais sonoros chegam, ao ouvido e daí avançam rumo ao córtex cerebral, que seria a parte do cérebro responsável por “pensar conscientemente”. Alguns sinais são desviados por um atalho até a amídala que verifica se é necessária ou não uma ação imediata. Esse minúsculo grupo de células cerebrais grita para o sistema nervoso autônomo: “O que é isso? Busque. Descubra. Fique alerta!”.

O aparelho nervoso autônomo trata logo de passar em revista as funções vitais do corpo através de sinais que se originam no cingulado anterior e são retransmitidos para o hipotálamo e a medula espinhal. O aparelho tem dois ramos: o sistema nervos simpático e parassimpático. Estes enviam neurônios para regular órgãos internos como o coração, pulmão, estomago e genitais. eles mantêm o corpo equilibrado para que o córtex possa se dedicar aos serviços conscientes como visão, audição, fala, pensamento, emoção e movimento voluntário.

No momento seguinte àquele em que a amídala grita “emergência”, o sistema nervoso parassimpático suprime por breves instantes os batimentos do coração, a respiração e outras funções internas. Acalma todos os sistemas para que João possa concentrar-se na percepção e análise da informação que lhe chegou, e cria no corpo um tempo de espera para que o córtex possa avaliar com eficácia a natureza do tal estrondo antes de João reagir a ele. Um instante depois entretanto, o sistema nervoso simpático esta empurrando para cima a pressão sanguínea, o pulso e a respiração, e produzindo adrenalina para dar aos músculos a força e resistência de que João precisa a fim de se preparar para luta ou para fuga.

Enquanto isso está acontecendo, a percepção e os sinais de alerta chegam ao córtex frontal, que avalia a situação e decide se existe ou não perigo. Se, através da visão, constatar que o estrondo foi originado por um gato que tropeçou numa pilha de latas vazias, ele tranqüiliza a amídala dizendo: “Não há nada a temer”. A partir daí revertem-se os sinais do sistema nervoso simpático. A pressão sanguínea declina e os batimentos cardíacos voltam ao normal. O cérebro inferior cede parte do controle a porções cerebrais superiores e João começa a “pensar” sobre o que está acontecendo em vez de meramente reagir.

Mas se um homem de semblante feroz estiver agitando no ar uma arma de fogo, sinais são imediatamente enviados ao hipotálamo. Ao invés de outras respostas que requerem um processo de tomada de decisão, essa resposta evita a passagem pelo córtex superior e, ao contorná-lo pode determinar uma ação imediata. Porque desempenha um papel crucial na regulação dos sistemas do corpo, o hipotálamo é frequentemente referido como o cérebro do cérebro.

Uma descarga de CRF(fator liberador de corticotropina), o hormônio do próprio estresse cerebral, aumenta a ansiedade e vigilância, e instruções são, por fim, enviadas as glândulas supra-renais para que liberem epinefrina(adrenalina) e cortisol, o hormônio do estresse, e preparem o nosso amigo para a ação apropriada. O hipotálamo também comanda a glândula pituitária, a glândula mestra do corpo, a qual segrega hormônios que afetam todas as principais glândulas do corpo.

Estes sistemas reativam a amídala e o tronco cerebral, acionando o sistema nervoso simpático para colocar o corpo de João numa sobremarcha que o fará correr como nunca (até o pé bater na bunda).

, logo existo...



Penso... logo... existo?
Para René Descartes, considerado o pai da filosofia moderna, a existência era condicionada ao fato de se ter consciência dela. Para alguns cientistas para uma coisa existir é necessário que ela possua massa.
A existência de vida geralmente é condicionada à presença de água...
Mas e os objetos bidimensionais?
E os conceituais
E as linhas de um desenho no auto cad?
Estes não existem?
Após vários segundos de pesquisa e de um debate fervoroso e extremamente eloqüente o E.Q.S.1.M chegou a conclusão que para um determinado elemento existir é necessário única e simplesmente que ele tenha um...
Soem os tambores
Tran tran tan tanatatnatanatantantaaaaaan

Eixo de rotação.

CLARO,


Se um objeto, uma linha, um conceito, um espirro, uma rocha, um insulto, uma poesia, uma planta, um paralelepípedo tiver um eixo de rotação...
Sim, ele existe.

Este conceito, caros amigos, muito em breve irá revolucionar a ciência e a filosofia contemporâneas e nós nunca mais seremos nós, mas nunca deixaremos de ter um eixo de rotação.

Nós transcendemos, portanto, o conceito de René Descartes para um muito mais abrangente e democrático quando não condiciona a existência à capacidade de pensar:

Então
Encham o peito e vociferem:

Tenho um eixo de rotação, logo existo.

Deus escreve certo por linhas tortas?


Se as linhas estão tortas e mesmo assim ele consegue escrever certo não é a questão, a questão é: que texto ele escreve certo independentemente das linhas estarem tortas ou não? Eu sei, trata-se de uma metáfora, mas, suponhamos que existisse o tal texto, que texto seria esse? A história da humanidade sendo escrita por Deus?

Os anos ainda não eram contados, não existia relógio, ampulheta nem calendários. Canetas não existiam, bem, o homem também não. Mas o tempo, o tempo sim, este é tão velho quanto o criador, na verdade essa é uma afirmação que não se pode fazer com tanta segurança, assim como não se pode afirmar qual foi a primeira criação: o ovíparo ou o seu singelo primogênito.

Deus, sentado confortavelmente em uma simpática nuvenzinha, escrevia o texto que responderia todas as perguntas que os seres humanos iriam se fazer mais tarde. Não se sabe ao certo se as linhas eram realmente tortas, mas isso não vem ao caso.

O texto era grande, antecedeu a criação, seria uma espécie de “plano de trabalho” (sim, um plano de trabalho. Você não esperava que uma criação tão perfeita fosse fruto de um espasmo intelectual não é?) para que cada coisa fizesse sentido e que os homens não se sentissem perdidos em seu habitat.

Ele sabia que passaria alguns milhares de anos escrevendo o tal documento, mas não imaginava a batalha que teria que travar para que este chegasse ao conhecimento dos seus filhos criados à sua imagem e semelhança.

Conforme as palavras eram escritas, as linhas (que extrapolariam qualquer margem de papel imaginável) se mostravam e o corpo do texto se desenvolvia, o tempo (dono da paciência mais admirável entre os seres), sorrateiramente tratava de apagar a mensagem original. Vagarosamente como ele sempre o faz, mas de forma ininterrupta.

Ao perceber a ação do tempo, o sábio escritor astutamente ordenou que as palavras se jogassem, em nome de suas vidas, para a linha imediatamente acima da que estavam ocupando, dessa forma quando o tempo apagasse a décima terceira linha, por exemplo, esta já teria o seu conteúdo passado ao vazio da décima segunda linha que por sua vez teria seu conteúdo na décima primeira e assim sucessivamente.

O texto, no final, teria seu conteúdo intacto. No entanto a primeira linha... Esta jamais seria a primeira, ela seria na verdade a segunda. Seguindo a ação do tempo com a atitude das palavras o texto de, suponhamos, vinte linhas, ao final teria certamente apenas dezenove. A última seria efetivamente a última, a penúltima seria a penúltima, mas a primeira...

A primeira linha jamais seria recuperada, a segunda jamais explicaria absolutamente aquilo que ela quis dizer, a última jamais encerraria o conjunto e o texto perderia então a sua estabilidade. Algumas perguntas jamais seriam respondidas.

A instabilidade do documento deu origem à metafísica* e a todas as incógnitas que permeiam a atmosfera terráquea, se dissipando em algum corpo celeste a alguns “megaparsecs”* de distância de nós.

O texto que Deus escreveu para contar aos homens todos os segredos do universo teve a sua primeira linha apagada pelo tempo!


* Megaparsec – Unidade de medida referente a um milhão de parsecs, ou seja 3.260.000 anos-luz.

* Metafísica - Segundo Aristóteles: Estudo do ser enquanto ser e especulação em torno dos primeiros princípios e causas primeiras do ser.

Conceituação do TFG do arquiteto Clayson César


Arte de criar uma forma tridimensional a partir da manipulação de uma determinada matéria. Se esta definição contemplar os conceitos de arquitetura e escultura, poderíamos imaginar um cenário em que tais manifestações artisticas estariam muito mais próximas do que se supõe. No entanto, a arquitetura demanda o envolvimento de muito mais elementos, muito mais agentes e a resultante forma tridimensional assume um caráter que não está presente na escultura: o funcional.

Dentro desta abordagem talvez pudéssemos dizer que arquitetura é a arte de "esculpir" uma função.

Novidade, ousadia, surpresa, espanto, o sublime. Estes termos estão intimamente ligados ao conceito de arte, que pode ser definida de muitas formas e focalizada sob as mais diversas perspectivas. Em uma delas, a do filósofo alemão Martin Heidegger, a obra de arte teria um "algo de outro" em relação a outras produções humanas como o artesanato. Este "algo de outro" seria exatamente a essência da arte, aquilo que substancia o caráter de sublime.

A busca pelo novo, pelo "algo de outro" se torna imperativo no fazer arquitetônico, especialmente em tempos de globalização, padronização industrial e da progressiva mecanização da vida cotidiana.

Inserida neste plasma conceitual, a forma surgiu. Fragmentada, sugerindo o caos. Entretanto não caos do senso comum, mas sim aquele presente na teoria dos Fractais, em que a parte reflete o todo e o todo reflete a parte.

E, assim, a obra busca ser completa em cada um de seus pormenores já que “se a parte faz o todo, sendo parte, não se diga que é parte, sendo todo”[1].


[1] Gregório de Mattos


De onde veio o termo Berequetê?


Berequetê é uma palavra de origem tupi guarani que significa “dança da oca forrada”.

Essa dança foi desenvolvida pelos índios que detinham o conhecimento da construção de ocas (Ocalelês) e era aplicada numa espécie de ritual logo após o término da coberta de uma oca (ou o seu recobrimento com palhas).

Cada gesto, cada passo tinha um atributo de homenagem a algum deus dentro de suas crenças que eram associados a fenômenos da natureza. O passo da mão na bunda, por exemplo, seria em homenagem ao deus da terra e da fertilidade (Epe Epe), eles acreditavam que com o passo, trariam melhoras para a fertilidade do solo e conseqüentemente para o desenvolvimento pleno de ervas e hortaliças.

Então podemos nos orgulhar que o berequetê além de ser um elemento cultural tradicionalmente dos Arquitetos é, além disso, dos Brasileiros, mesmo séculos antes do descobrimento.

A velocidade



Era um dia igual a todos os outros, acordei às seis e meia da manhã, peguei minha mochila e saí de casa sem comer qualquer coisa. É incrível, faço isso há anos e sempre me surpreendo com alguma coisa. É fantástico, é fascinante, emocionante, a adrenalina fica a mil por hora. A velocidade não é muito alta, mas concentração e equilíbrio são muito importantes, na verdade essenciais.


Lembro sempre das palavras do meu pai: “Meu filho, mantenha sempre o equilíbrio nos dois braços a nas duas pernas”. Articule seu braço esquerdo numa angulação de aproximadamente 90º com o antebraço e segure o apoio vertical, use esse apoio para sua movimentação, sempre sobre a mesma base, estique seu braço direito e se segure no apoio horizontal – cuidado – aí está o segredo da estabilidade. Dobre sensivelmente as pernas para reagir melhor aos balanços e manter o equilíbrio, mantenha a planta dos pés apoiada no chão firmemente. Nunca se esqueça de projetar seu corpo no sentido contrário ao das curvas. Depois disso, é só relaxar e curtir a viagem”.
O tempo não estava bom, chovia muito, o vento soprava muito forte, por vezes cheguei a pensar que não ia conseguir me segurar por muito tempo. As coisas ao meu redor passavam muito rápido, o céu... eu mal podia ver. É realmente muito excitante.

bALanÇa, balAnçA, BAlaNÇa

Continuo segurando firme!

Muito firme!

Podia sentir o vento tocar o meu rosto, por vezes chegava a lacrimejar. A movimentação ao meu redor era intensa, me sentia como se fosse o centro das atenções e ao mesmo tempo como se fosse só mais um.

Pensei: São nesses momentos que percebemos o quão é valiosa nossa vida, quando sentimos que tudo faz sentido e que a vida é como um quebra-cabeças completado onde tudo se encaixa em que cada parte reflete o todo que por sua vez é refletido fractalmente em cada uma de suas peças reciprocamente.

Era assim mesmo que me sentia, tudo fazia sentido, o vento, a velocidade, o som ao meu redor, tudo se juntava em um grande e fabuloso espetáculo que a vida me proporcionava, assim, como num estalo, infinito enquanto durou.

Profundamente imerso nesse oceano de sensações meu destino me fez emergir bruscamente puxar a cordinha e descer no ponto de ônibus, atrasado para a primeira aula, como sempre!






Esse é um relato de uma experiência que eu tive indo pra faculdade de busão num dia comum, desses em que eu sempre chego atrasado pra aula de Projeto de urbanismo!

A paixão pelo futebol

Tudo tem seu preço. Até o gol!
O ônus de soltar o grito de gol é ter que presenciar derrotas.
Nenhum time é imbatível.
O Barcelona ganha
e perde
o São Paulo ganha
e perde
meu time empata
e perde
e perde
e perde
pelo menos tem sido assim nos últimos 45 dias...

Algumas pessoas não entendem o porquê de milhares de pessoas serem apaixonadas por futebol. Outras tampouco entendem o porquê de alguns, supostamente donos de uma coragem sobrenatural, torcerem por times pequenos, sem recursos, tradição e potencial para grandes conquistas.
Bem, vale lembrar que o ponto em questão é a paixão...
e já diria Renato Russo: “quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração?”

e quem irá dizer?

Não se escolhe por quem se apaixonar, não se escolhe quando se apaixonar, não se sabe ao certo qual o estado de um apaixonado, simplesmente está ou não está.

A menina passa, dá um sorriso e pronto... não importa o melhor amigo chamar a atenção que ela não presta, que não se apega a ninguém, que costuma... enfim
No entanto há algumas diferenças entre a paixão por um time e a paixão por outrem.
A paixão por uma pessoa é referente ao estado de “estar”, ou seja, as pessoas ficam apaixonadas por outras e na maioria das vezes deixam de estar em algum momento.
A paixão por um time é referente à condição de “ser”, as pessoas SÃO apaixonadas por seu time, e jamais, em hipótese alguma deixam de ser.

Apaixonar-se é sofrer... é viver, ser feliz, e sofrer
Torcer é ganhar, é fazer vários gols e perder...

Se me perguntassem se vale a pena...

Eu diria:

Pergunte à poesia.

Campanhas eleitorais


As mudanças que foram impostas na veiculação da imagem, propostas políticas e números dos candidatos parece ter privado as cidades de toda aquela já característica poluição visual que estávamos acostumados: outdoors aos montes com rostos iguais geralmente acompanhados de papagaios de pirata, hierarquicamente mais privilegiados para atrair votos, camisas estampadas com nomes e números que deveriam representar esperança e que, no entanto, pareciam antes simbolizar bilhetes de loteria (onde a chance de o apostador ganhar é mínima) ou pétalas de flor sendo arrancadas num uni-duni-tê – não seria bem-me-quer, mal-me-quer? Bem, de Julho a Outubro dos anos pares os políticos só não querem bem os seus adversários políticos.

Em substituição, milhares de pessoas empunham bandeiras e as movimentam como se estivessem num jogo de futebol torcendo pelo seu time do coração (quando o fiscal, o famoso “chumbeta”, está por perto), quando não, bandeira e “bandeirador” se apóiam mutuamente, e debaixo do sol escaldante em busca de uma sombra proporcionada pelo tecido da bandeira, naquela semi-simbiose ninguém sabe quem é quem. Os meninos que aprenderam a fazer malabares nos sinais só não aderiram à temporária profissão porque fazer malabarismos rende muito mais.

Temos agora,além disso, o horário gratuito de campanha na televisão, adesivos em carros, pinturas em muros, santinhos e os famigerados carros de som: ensurdecedores como sempre, onipresentes como nunca.

Tá, mas melhorou um pouco, pelo menos ainda podemos admirar os outdoors da Coca-Cola.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Manifesto Eu quero ser um macaco


Se o homem não veio do barro, a mulher de sua costela, e se aquilo que nos animou não foi um sopro divino, devemos ser fruto da evolução biológica de alguma outra espécie.

Os cientistas estudam esta probabilidade há muito anos. Na sociedade há aqueles que defendem com veemência esta hipótese, outros são mais cautelosos, há também aqueles que a repugnam, considerando uma afronta à suposta divindade da criação universal. Destas diferentes abordagens o debate “criacionismo” x “evolucionismo” se alimenta.

O fato é que, temos que ter surgido a partir de algo. Seja o Barro ou os Macacos [1], alguma coisa deu origem a nós. Já dizia Lavoisier: “Na natureza nada se perde e nada se cria, tudo se transforma”.

Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos?

Estes questionamentos inspiraram e continuam inspirando as mais fervorosas discussões, as mais plausíveis e as mais absurdas conclusões.

A filosofia ainda não desvendou todos os mistérios existentes entre o céu e a terra e, segundo Shakespeare, vai desvendar nem tão cedo.

E, de volta aos macacos, enquanto a antropologia afirma, a Igreja contesta.

Diante de tantos questionamentos pairando sobre nossas glândulas pineais, talvez seja racional concluir que algumas respostas estejam além do nosso entendimento, talvez alguns enigmas existenciais não possam ser decifrados por estarem além da nossa inerente natureza, mas, enfim, isto já foi defendido por muitos.

O que talvez seja menos recorrente é a defesa de que tais respostas possam estar “aquém” do nosso entendimento, da nossa “inerente” natureza, visualizando este entendimento de forma estruturalmente não-linear, anulando qualquer parâmetro comparativo ao conceito “aquém” no que diz respeito a “mais” ou “menos” e se concentrando em “antes” e depois”.

A cena clássica do filme “2001: Uma odisséia no espaço” em que mostra um osso arremessado por um macaco se “transformar” em uma nave espacial simboliza a descoberta da ferramenta, considerado um marco histórico no processo evolutivo dos macacos ao homem.

Seria realmente a descoberta da ferramenta, a supremacia do macaco sobre as outras espécies, a transformação desta espécie no maior predador da Terra, o aumento da massa encefálica e da sua capacidade cognitiva efetivamente uma evolução? E a conseqüente transformação do planeta em grandes colméias de concreto com jardins de quintal, dentro de uma chaleira repleta de água a ponto de ebulir?

Seria uma evolução?
Ou um retrocesso?

Queremos ser macacos, filosoficamente, buscando um compreendimento que, talvez, não nos seja inerente.

Queremos ser macacos para ir além (ou aquém) do que somos enquanto homens.
Sejamos macacos!




[1] Usamos aqui o termo “macaco” por pura simpatia ao mesmo, sendo ele e sua a respectiva imagem associada iconográficos dentro da concepção EQS1M, no entanto é importante dizer que segundo o evolucionismo, o homem não evoluiu do macaco em si, mas sim de um ancestral comum há cerca de 20 milhões de anos atrás.

CRB x Ituano


Antepenúltimo jogo do brasileiro da série b de 2006. Com a derrota para o Ituano em pleno Trapichão o CRB estava virtualmente rebaixado. Que bom quea tragédia s elimitou à virtualidade, pois no final, com duas vitórias consecutivas escapamos do esquecimento.

11 de novembro de 2006, com 4 tiros no peito o futebol alagoano agoniza, deitado sobre a grama… os mais céticos defendem a eutanásia, mas como a respiração ainda é mantida pela matemática, um exército rubro se apoia naquela que morre por último.

Se as experiencias de quase morte relatadas nos leitos dos hospitais são efetivamente reais não se sabe, mas estou certo que a imagem de todo o campeonato passou hoje na vista daqueles que foram ao templo do futebol batizado com o nome de um rei.

A quantidade de “se” utilizada nos argumentos dos entristecidos regatianos dá a noção da tragédia irremediável, da agoniante impotência sentida na incapacidade de trasformar as alternativas salvadoras idealizadas na cabeça de cada um dos potenciais treinadores na recuperação de momentos que já se foram, no aproveitamento de oportunidades e no conserto de erros que agora só existem na memória, simplesmente porque o agora não volta mais.

O agora nao volta mais, mas “se” voltasse…se não tivessemos perdido tantos gols, se o goleiro não tivesse feito aquele penalti…
se… se…
Se cada jogo de futebol fosse como um filme, ele não seguiria clichês, poderia ter várias cenas de ação e de emoção com um final não necessariamente feliz, seria um filme em que o final poderia anular a lógica de cada um dos acontecimentos passados, a morte do mocinho, ou a glória do vilão poderiam significar absolutamente nada.

Um golaço não deveria ser esquecido, às vezes penso que deveria valer dois, mas sinceramente já nao lembro mais daquele que fizemos hoje… não importa…
O futebol alagoano agoniza,
as letrinhas subiram na tela,
o final foi triste,
mas neste momento, Lisbela, aquela… do prisioneiro diria:
o filme não acaba quando as luzes do cinema se acendem…

ainda faltam aguns apitos.


Santo André x CRB


1º jogo do brasileiro de 2007


Um time com novas caras
Novos nomes
Mas as expectativas…
As mesmas dos últimos anos.
Jornalistas classificam o Clube alagoano como um grande candidato ao…
Rebaixamento
É difícil ter que admitir, mas as estatísticas do passado recente só apontam para esta direção.
Por outro lado, o Galo praiano, ao longo destes 13 anos de Série b, manteve-se firme, sem ter provado o gosto da 3º divisão, sequer, uma única vez.
Um feito comemorável para um clube pobre de um estado ainda mais pobre.
Surpreendendo as expectativas, inclusive de uma parte dos torcedores, o Regatas vence na primeira partida do Campeonato e se torna líder.
Líder com 3 pontos
As expectativas parecem ter mudado de direção
Ao menos para os torcedores
Agora só faltam 37 rodadas
Rumo a Tóquio?

CRB x Fortaleza



A festa estava montada: um time promissor, uma torcida empolgada e um estádio digno de receber um grande espetáculo. Parte da torcida alugou um trio elétrico e um bloco de cores vermelha e branca foi criado.

A Av. Siqueira Campos vivia seu momento de sambódromo, dentre os passistas estavam mulheres, idosos e crianças. Só não tinham Porta-bandeiras, porque elas (as bandeiras) foram banidas dos estádios, supostamente, para combater um mal social: a violência. Mas esta parece resistir numa perspicaz insistência não receber cartão vermelho, e mais uma vez, infelizmente, cenas lamentáveis foram registradas neste ambiente ironicamente festivo.

Indivíduos uniformizados abriram espaço no meio da multidão cantante, derrubando quem quer que fosse: jovem, idoso, branco, mulato, rico, pobre, trabalhador ou bandido. Abriram espaço sem pedir licença com suas armas empunhadas e sobre seus belos cavalos, alguns brancos, mas nenhum príncipe… Até exalavam um ar monárquico, mas o único Rei ali presente estava desarmado, inerte e pronto para receber estas pessoas que, subitamente, se transformaram de torcedores para vitimas de uma violência crua e indigesta.

Eram membros de torcidas organizadas estes agressores?

Não. Eram organizados, mas estavam longe de serem torcedores.

Não é de hoje que a violência nos estádios, absurdamente, veste farda.

Não é de hoje que algumas das maiores atrocidades vistas no templo do futebol são protagonizadas, justamente, por aqueles que têm a função de evitá-las.

É como um intencional Gol contra.

Mas a sociedade não deve se silenciar. Deve exigir seus direitos enquanto cidadãos livres para que estas cenas de Sábado à tarde não entrem pro rol de clichês de um filme perversamente repetido.

Senão, daqui a pouco veremos nossos direitos mortos, estatelados no chão ouvindo um sonoro:

“As ta La vista, baby”

CRB x Ponte preta

A Ponte
Preta
Caiu
Mas não antes
de ver
um Galo
passar
cantando
sobre ela

For Sale (em inglês mesmo que o anúncio é internacional)


For Sale
Olha o galooooo, olha o galoooo
Quem vai quereeeeeer???
O Galo está à venda
Quem quer comprar?
Impossível dizer que o CRB não é um time inovador, ele é, talvez, o único do país que a torcida reza para que os jogadores não joguem bem, que não façam gols, que não driblem, não chutem e, em breve, rezarão até para nem entrarem em campo.
Porque quando a torcida regatiana vai ao estádio, a única coisa que tem certa é que se algum jogador ousar cometer o disparate de fazer, sequer, um passe bem feito... este pode pegar as suas malas e ir embora porque no CRB não joga um indivíduo assim.
É a feira da Pajuçara e ninguém sabia
Ou todos sabiam?
Tomates, pimentões e cebolas – de fazer chorar mesmo
Os seus produtos podem até ser diferentes, mas numa coisa ela é exatamente igual a todas as outras feiras:
no final, sempre, vão os bons e ficam os podres.

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