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domingo, 23 de novembro de 2008

Chegada em Cumbica e Roma

Chego em Cumbica e já é quase a hora do check in do vôo para Roma, vou pegar minha mala o mais rápido possível, porém não tão rápido quanto os dois figuras com destino a Interlagos - o paulista tinha sido contaminado pelo espírito do baiano/alagoano e agora era ele quem apressava o nordestino.

Faltam cerca de 50 minutos para a corrida começar. Será que eles chegam a tempo de ver a largada? Um conhecido uma vez me disse que quando se perde a largada de uma corrida se perde tudo, e não há mais porque assistir o resto.

Pelo menos por hora, nos falamos pela última vez, com uma certa expressão de felicidade, por termos conseguido chegar em SP a tempo.

- Sorte, eu disse!
- Sucesso, eles replicaram...

No check in, várias figuras pitorescas: gringos com cara de “eu sou gostoso”, moleques com firulas na cabeça com cara de “eu sou panaca”, chapéus só na tampinha da cabeça, meninas com cara de meninos e um nordestino: Eu!

Quando entro na sala de embarque me vejo numa feira de griffs famosas. Peças de roupas e acessórios para todos os lados e um perfume de fazer inveja a qualquer propaganda do “Avanço”!

O avião? Grande como imaginava, mais impressionante do que previa.

Neste momento, no saguão de embarque, assisto um pedaço da corrida junto com outros caras que provavelmente também torciam para Felipe Massa, pois o avião ia para a Itália, casa da Ferrari. O brasileiro estava em primeiro, Hamilton em 6º. Tentei imaginar a expressão dos meus companheiros de peregrinação aérea, mas não pude. Não sabia se eles haviam conseguido chegar, e o sistema de som anunciava que o embarque deveria ser feito agora.

Quando entro no avião, acostumado com o Maceió/São Paulo – Via Belo horizonte, me surpreendo com o cenário de filme americano, daqueles em que o avião é seqüestrado e o presidente acaba sendo o herói no final. Bom, mas que as semelhanças ficassem apenas na imagem parecida senão estávamos todos perdidos, pois imagino que o presidente não estava a bordo.

Não teríamos nenhum discurso patriota do líder da república americana, mas em compensação temos um coral de italianos reclamando de qualquer coisa ao meu redor (na verdade não entendia nada que estavam falando, mas tenho certeza que reclamavam), e ao sentar na minha poltrona, já me sentia fora de casa.

A comissária de bordo dá todos os avisos necessários em inglês, italiano e português, mas de Portugal, ora pois!

Por falar em italiano, vou buscar entender porque os italianos tem uma protuberância tão exagerada no meio do rosto e porque insistem em chamar aquele monumento natural de nariz. Todos parecem ser originários de uma mesma família, a de Gianluca Pagliuca, o goleiro da seleção italiana que PERDEU para o Brasil em 94 AHAHAHAHAHAAHAH! Posso rir, mangar e até xingá-los que eles não entenderiam mesmo!!

Com menos de meia hora de vôo, passam os comissários oferecendo um lanche (bem melhor do que o amendoin com cereal da Gol, embora não saiba bem até agora o que comi), pouco tempo depois vem o jantar, a única coisa que entendo é a oferta: - “Carrne ou péixeh?”, torço a cara e digo: -Carne, mas acho que carne e peixe significam outras coisas em italiano, ou então os comissários perceberam que eu era brasileiro, se lembraram da copa de 94 (talvez sentindo telepáticamente que havia caçoado deles no começo da viagem) e quiseram sacanear comigo, pois não identifiquei do que seria feita aquela comida, também, pudera, as únicas comidas italianas que conheço são: pizza, nhoque e macarronada! Enfim, comi todo aquele aparato anti-fome, e se soubesse que só viria aquilo até o final da viagem teria, mesmo contra a minha própria vontade, pedido bis.

A viagem é longa! Longa... loooonga!!! São quase 10 horas de vôo.

Percebo, olhando o mostrador no vídeo à frente da minha poltrona que localiza o avião no globo terrestre, que 6 horas desta minha odisséia foram completamente nulas, 3 horas de Maceió/SP e mais 3 SP/Maceió, pois via no mostrador, o avião voltando para minha cidade, porém desta vez, passava direto, e sem cancelamento de vôo, corrida de fórmula 1 etc e tal...

Eu, que ao viajar para o sul do Brasil, reclamava que Bahia e MG pareciam intransponíveis tamanha a demora para atravessá-las, agora tinha noção do que é, realmente, uma distância parecer invencível: o Norte da África, incluindo o deserto do Saara. O avião voava a mais de 1000 km/h e, no entanto, mal se movia no mapa africano.

Enfim, o anúncio de apertar os cintos, o piloto não havia sumido, chega de filmes (assisti uns 3 ao longo da viagem): iríamos pousar.

Algo de extremamente emocionante me ocorreu depois de meu ouvido se cansar de zumbir pela pressão da aterrissagem: as luzes da cidade eterna.

Me senti estranho, deslocado, como participando subitamente de um filme cujo o qual só via pela TV. Não pude ver nenhuma forma muito definida, só ruas, luzes e carros, e se não fossem pelos últimos, poderia me imaginar, como Marty Mcfly, fazendo uma viagem no tempo.

Praticamente só foram luzes o que vi, mas eram luzes diferentes, eram as luzes do berço da civilização moderna. A terra do Coliseu e dos grandes guerreiros, dos deuses e da arte renascentista.

Eu, e Roma...

Já fomos apresentados, de longe...

Em breve, nos conheceremos pessoalmente.

Um comentário:

  1. Ahh.. Roma.... luzes... viagem... avião!! Ahh alguém me tira de Maceió! :P

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