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domingo, 23 de novembro de 2008

A mistura de tudo em tudo

Em um pais onde a figura mais importante é um Rei. A guerra de sua longiqua história de vitórias e derrotas na busca por conquistas territoriais e poder no velho continente ainda se faz presente.
Agora, no entanto, a guerra é desarmada e conquistadores e conquistados parecem tender a se misturarem cada vez mais.

Os “conquistadores”, como antes, são o que chamavam os romanos antigos de “bárbaros”, os habitantes de regiões além das muralhas e torres deste lugar, agora representadas por linhas imaginárias e regras de controle de imigrantes, respectivamente.

Os imigrantes buscam espaço, em todos os sentidos. E o número deles é grande, e tende a crescer, consequentemente eles construirão também, e já o fazem, a história deste país.

E não é só neste ponto que “antes” e “depois” se misturam. Através do trem, percorrendo o caminho de Valência a Castellón, cercado de centenas de milhares de pés de laranja, se pode ver um ícone desta realidade. A paisagem mostra, no plano, uma grande quantidade de gruas, que não param de trabalhar (na verdade agora estão paradas devido à crise econômica mundial), construindo a modernidade, enquanto ao fundo e acima, no alto de uma montanha, se impõe uma fortaleza do antigo império romano do ocidente, viva, como se fora feita por alguma daquelas gruas.

Uma montanha murada em toda a sua extensão diametral, com torres de observação, nichos para arqueiros, canhões e toda a sorte de artefatos de defesa. É possível até imaginar a presença de arqueiros se posicionando em direção ao observador.

A impressão que se tem é que o tempo perde a sua linearidade, a lógica de “antes” e “depois” se confundindo numa mesma realidade.

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