Comi, pela segunda vez no mesmo dia, no BOB’s (cortesia da CIA aérea, vejam só) e devo confessar que minhas papilas gustativas não recepcionaram muito bem aquela redundancia de codimentos industrialescos e, em solidariedade, meu estômago também chiou.
Arrisquei um cochilo numa das mesas de lanche. Pernas sobre a mala, cabeça sobre a mochila. Assim, só me roubariam se me levassem junto, e certamente se me levassem a Cumbica, não precisariam nem fazer força.
Estava decidido a permanecer no aeroporto o tempo que fosse preciso para conseguir me encaixar em algum vôo antes de meio-dia e, desta forma, não perder a conexão internacional.
Por volta das 8:00 da manhã, pouco mais de 7 horas depois de ter chegado no aerorporto, desci e descobri que havia um vôo fretado por uma empresa de turismo saindo para SP às 09:45. Neste momento já havia me perdido dos meus companheiros admiradores da F1. Um deles, o baiano, que mora em Alagoas (ele, na verdade, não era alagoano), só devia escutar o ronco dos motores em sua mente impaciente (pois já havia tentado todas as maneiras de chegar em SP a tempo, inclusive pegar um carro até recife e de lá voar até Cumbica, mas nenhum sucesso). Gritos de “É Campeão” e “Vai Felipe Massa” deviam assombrar a sua imagística e dupla esperança. O outro, o paulista, voltava a sua terra e, ironicamente, mais pensava na sua cama do que no camarote, para o qual havia ganhado o convite.
Me dirijo, então, ao guichê da TAM, explico minha situação e solicito um encaixe naquele vôo, já que embora fretado, o avião era de sua propriedade. Logo, os dois ferraristas aparecem, nos tornando, agora, três solicitantes. A Cia anunciou, em contrapartida, que poderia haver justamente 3 vagas naquele vôo, pois 3 turistas não haviam confirmado a reserva. Caso eles não aparecessem até às 9:00hs, nós teríamos transporte para chegarmos em SP.
A partir daí, só nos restava torcer para que os tais turistas não aprecessem. Nem um, pois a esperança agora não fazia mais sentido individualmente ou, pelo menos, perdia grande parte de sua profundidade. A esperança era coletiva!
Cada pessoa que entrava no hall do aeroporto aumentava um pouquinho os batimentos cardíacos de cada um de nós, cada passo em direção ao check in era um frio na espinha. E, enquanto isso, os ponteiros do relógio se moviam como num final de jogo em que o CRB ganha por um perigoso 1 x 0 e ainda é pressionado pelo adversário (o que ultimamente tem sido raro, não ser pressionado, mas estar ganhando): numa lentidão de conta-gotas, em um suspense digno de hitchcock.
08:55
Estávamos os 3 em frente ao check in
08:56
Implorando para que o relógio andasse mais rápido
08:57
A funcionária pergunta ao seu superior: “posso liberar o embarque dos 3?”
08:58
Nossas malas passam pelo check in
08:59
Três pessoas se aproximam do guichê da TAM... nós três nos olhamos, aflitos, a funcionária da TAM olha para as pessoas que fazem uma pergunta. Ela nos olha de volta com uma expressão estranha...
Ela não havia entendido a pergunta, pede que os turistas repitam...
O mais velho se aproxima e pergunta de novo: “Donde se puede alquillar un coche?”
09:00
Embarcamos!
Seja bem vindo!
Este é o blog de mais um aspirante a símio!
Algumas das imagens presentes nos posts são links para assuntos afins.
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domingo, 23 de novembro de 2008
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Nossa!!!!! Qnta emoção pra um dia só!!!
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